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sexta-feira, 15 de abril de 2011

UMA LIÇÃO SOBRE TREINAMENTO - A ESTÓRIA DE UM PEIXE

Gregory Bateson passou vários anos estudando os padrões de comunicação dos botos e golfinhos. Ele registrou que, de maneira a complementar seus estudos, o centro de estudo com o qual estava envolvido, frequentemente colocava apresentações para platéias ao vivo, utilizando os animais que estavam sendo estudados - às vezes até três vezes ao dia. Os pesquisadores decidiram demonstrar ao público o processo de como eles treinavam um golfinho para fazer um truque. Um golfinho seria conduzido de um tanque de espera para um tanque de apresentação em frente ao público. O treinador ficava esperando o golfinho ter um comportamento fácil de notar ( para os humanos), como levantar a cabeça de uma maneira, fora da água. O treinador então, soava um apito e  dava um peixe ao golfinho. O treinador então esperava até o golfinho repetir eventualmente o comportamento, soava o apito de novo e dava um peixe ao golfinho. Logo o golfinho aprendia o que fazer para conseguir um peixe e ficava levantando a cabeça frequentemente, provando ser uma demosntração de sucesso de sua capacidade de aprender. Duas horas mais tarde entretanto, o golfinho foi colocado de volta no tanque de apresentação para outra apresentação. Naturalmente, ele começou a colocar sua cabeça para fora da água como fez da primeira vez e esperou pelo som do apito e o peixe. O treinador, é claro, não queria que o golfinho fizesse o mesmo truque, mas demonstrar ao público como aprender um truque novo. Após gastar cerca de dois terços do período do espetáculo repetindo o antigo truque várias vezes, o golfinho finalmente sentindo-se frustrado, balançou a calda. O treinador imediatamente soou o apito e atirou um peixe. O golfinho surpreso e de alguma maneira confuso, cautelosamente balançou a sua calda, demonstrando com sucesso de novo, a sua capacidade em aprender, e, assim foi levado para o seu tanque. Na terceira sessão, após ser levado para o seu tanque de apresentação, o golfinho começou obedientemente a balançar a cauda  como havia aprendido na sessão anterior. Entretanto, como o treinador queria que ele aprendesse algo novo, ele não foi recompensado. Mais uma vez, por quase dois terços da sessão de treinamento, o golfinho repetiu o balançar da calda com uma frustração crescente, até finalmente, totalmente impacientefazer algo diferente, tal como um giro. O treinador imediatamente soou o apito e deu ao golfinho um peixe. Depois de um tempo, ele aprendeu com sucesso a girar-se em seu eixo e foi levado ao seu tanque. Por catorze apresentações em seguida, o golfinho repetiu este padrão, os primeiros dois terços da apresentação foram gastos com repetições fúteis de comportamentos que foram reforçados na apresentação anterior até, como por "acidente", ele se engajou em um novo comportamento óbvio e foi capaz de completar a demonstração de treinamento com sucesso. Em cada apresentação entretanto, o golfinho ficou crescentemente perturbado e frustrado por ter "errado", e o treinador achou necessário quebrar as regras do contexto do treinamento e periodicamente dar ao golfinho um "peixe sem merecimento", de maneira a preservar seu relacionamento com o golfinho. Se o golfinho ficar muito frustrado com o treinador, ele se recusa a cooperar, o que poderia criar um revés na pesquisa, assim como nas apresentações. Finalmente, entre a décima quarta e a décima quinta sessão, o golfinho parecia praticamente selvagem com o excitamento, como se tivesse descoberto uma mina de ouro. E quando ele foi levado ao tanque de apresentação para o décimo quinto espetáculo, ele iniciou atividades elaboradas, incluindo oito comportamentos completamente distintos e novos, quatro dos quais nunca haviam sido observados nessa espécie.
OS ELEMENTOS IMPORTANTES DA ESTÓRIA SÃO:
1- O golfinho teve que aprender uma série nova de comportamentos em oposição a um comportamento em particular.
2- As peculiaridades do comportamento foram determinadas pelo golfinho, e não pelo treinador, pois a principal tarefa do treinador era de controlar o contexto, de tal maneira a conseguir novos comportamentos do golfinho.
3- A aprendizagem problema era o contexto de peculiaridades ( o tanque de apresentação).
4- O apito não era um estímulo específico para ativar uma resposta peculiar, mas sim uma mensagem ao golfinho sobre alguma coisa que ele já havia feito.
5- O peixe dado ao golfinho era menos um reforço do comportamento em particular realizado pelo golfinho, do que um reforço de seu relacionamento com o treinador.
6- Se o treinador não estivesse sensível ao relacionamento e tomado as atitudes necessárias para preservá-lo, a experiência poderia ter sido um fracasso.
7- Quanto mais peixes o golfinho ganhava por ter feito algum comportamento adequado, mais ele aumentava a quantidade e a qualidade dos comportamentos.

Um comentário:

  1. Impressionante! Mas esse simples texto me fez repensar alguns conceitos de liderança e motivação de pessoal. Não que eu esteja comparando humanos x golfinho ou adestramento x treinamento, mas...

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